top of page

  A Terra das Bruxas

 

Diz-se que Constantim é a terra das Bruxas. Mas de onde virá esta afirmação? Por mais recônditos que sejam os recantos onde tentei procurar, nada consegui no sentido de apurar quer a veracidade, quer a origem da afirmação, assim como a sua provável localização no tempo.

Debruçar-me-ei então sobre a explicação que sempre me foi transmitida sem afirmar ou negar a sua veracidade.

Como se sabe, desde os primórdios da monarquia, realizava-se em Constantim uma das mais importantes feiras do reino. Nessas feiras, talvez em finais da Idade Média, reparavam os compradores e vendedores de gado, que os animais que os Constantinenses colocavam à venda, tinham sempre menos moscas que os restantes o que provavelmente atraía mais compradores.

Tal situação numa altura em que não se primava minimamente pela limpeza, era pois rara e provocava certamente alguma inveja. Por isso, não havendo explicação lógica, só podiam ser duas coisas, ou milagre ou bruxedo.

Parece que prevaleceu o bruxedo, passando Constantim a ser denominada de terra das bruxas.

A justificação era pois simples, bastando esfregar a pele dos animais com plantas de Trovisco antes de os levar para as feiras.

Planta de Trovisco (Daphne gnidium).

Provávelmente graças ao Trovisco, a denominação de Terra das Bruxas surgiu, permaneceu até aos dias de hoje e perdurará, continuando no futuro a caracterizar a nossa terra.

O Trovisco no entanto, continuou a ser utilizado até à atualidade, pois era também utilizado para afastar ratos, texugos e toupeiras. Para isso, espetavam-se pelos terrenos hastes de trovisco na esperança de que as pragas se afastassem e não danificassem as culturas. Se era eficaz ou não, não posso dizê-lo, mas a verdade é que todos os anos se assistia ao mesmo ritual, cumprindo assim a tradição de espetar o trovisco após as sementeiras.

-

.

 

.

bottom of page