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CONSTANTIM NA AtualiDADE

iluminação

 

Antes da generalização da electricidade, a penumbra era uma constante a partir de certa hora do dia. Por isso era vulgar e correto dizer-se que antigamente as pessoas se deitavam e levantavam com as galinhas, o que significa deitar cedo e levantar cedo.

 

Mas até que o invento de 1879 por Thomas Edison, a lâmpada eléctrica, se generalizasse e chegasse a Constantim, passaram ainda cerca de 60 anos. Embora Vila Real tenha sido uma das primeiras cidades do país a possuir rede elétrica, foi no entanto a primeira cidade a possuir fornecimento de energia elétrica produzida pela sua própria central, a central do Terragido, instalada no rio Corgo, com eletrificação anterior a 1928.

 

 

Figura 294 – Elementos sobre a electrificação do concelho de Vila Real (1928-1950).

Com a Timpeira e Mateus a receberem a rede elétrica pública em 1933 e Borbela em 1935, deverá ter sido por volta deste ano que a eletrificação das ruas de Constantim terá acontecido, aguardando-se no entanto informação mais precisa por parte da C.M. Vila Real. Desnecessário será dizer que nenhuma casa possuía electricidade instalada, de forma que a penumbra pairava constantemente no ambiente familiar.

 

A primeira forma de iluminação e transporte da luz foram as tochas, que talvez pela mão de Iberos, Celtas e Celtiberos tenham sido utilizadas na região de Panoias e que gradualmente foram evoluindo passando a utilizar-se madeira resinada ou impregnada de pez. Posteriormente utilizou-se a gordura animal que quando guardada em recipientes com cavidades nas quais eram introduzidas fibras vegetais, originaram as primitivas lucernas que com a descoberta do barro tornou mais fácil o seu manuseio.

 

Na idade média iniciou-se a produção de velas, de sebo animal, mas não podendo ser construídas em grande escala, eram um produto de luxo, não estando portanto ao alcance de todos. Como exalavam maus odores, começaram posteriormente a utilizar-se velas de cera de abelha e em 1830 de estearina.

 

Em paralelo com as velas a iluminação por azeite, em vez de gordura animal, perdurou, surgindo a Candeia, Candeia de três e quatro bicos ou Candeios e os Candelabros, que serviam para pendurar várias velas ou vários copos com cera ou azeite.

 

Durante muitos anos, as velas de sebo e depois de cera, foram a única fonte de luz das habitações Constantinenses mas a necessidade de melhor iluminação, fez do azeite a matéria-prima mais usada, proporcionando uma luz ligeiramente mais forte e estável. Utilizava-se então a candeia. Com vista à obtenção de uma iluminação mais eficiente, novos dispositivos surgiram utilizando outras matérias-primas que produziam uma luz mais intensa e menos vacilante, permitindo inclusivamente alguma regulação da intensidade. Surgiam os candeeiros a petróleo, melhor dizendo, a querosene. Antes da electricidade, surgiram ainda os gasómetros, petromax e a iluminação a gás, esta nunca utilizada em Constantim.

 

Só a partir de 1965/70 é que a adesão à electricidade se começou a generalizar, fazendo retroceder a penumbra e levantando os véus da escuridão em que Constantim mergulhava pouco tempo depois de o sol se recolher no seu leito algures para além do horizonte.

 

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