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Ao longo dos séculos, usos e costumes transmitiram-se de geração em geração até à atualidade e embora com muitas limitações relativamente ao presente, a vida aconteceu e tal como hoje, existiram momentos bons e momentos maus.

 

Claro que o rigor da vida de outros tempos não se compara ao atual em que tudo é mais facilitado em todos os aspetos. Outrora, tudo funcionava sob o poder da força de braços, iluminação deficiente, alimentação precária, tempo insuficiente e magros rendimentos, mas … apesar de todas as dificuldades, os nossos antepassados conseguiram deixar-nos um enorme e importantíssimo legado que nos compete agora recordar e preservar.

 

O mais importante desse legado é a nossa descendência, por isso, em jeito de tardio louvor e agradecimento, devemos recordar alguns dos aspetos do seu rigoroso modo de vida.

 

Somos o aglomerado populacional mais antigo da região, com as origens a perderem-se nos confins do tempo e nem por isso, ano após ano, o poder local se digna fazer algo em prol desse passado, mantendo vivos os usos e os costumes.

 

Uma espécie de museu, devidamente organizado e catalogado, seria por certo uma mais-valia para a nossa santa terrinha, que atualmente, tal como em 1289 perdeu a primazia das Terras de Panoias, agora nada faz para recuperar alguma liderança relativamente às aldeias vizinhas, nada tendo para oferecer aos visitantes, nada tendo para divulgar, nada tendo para cativar visitantes e turistas de forma a dinamizar a povoação e a sua economia.

 

Para reconquistar a excelência, não basta dizer que Constantim foi cabeça de civilização da região de Panoias. Não basta dizer que Constantim foi o centro administrativo e judicial dessa grande região. É preciso fazer alguma coisa para que Constantim recupere o seu crescimento ao invés de enveredar pelo gradual mas constante decrescimento, dormindo à sombra dos louros conquistados há quase mil anos.

 

Para isso necessita-se de um poder local vocacionado e voltado para os interesses da população no seu todo, tomando medidas para o seu reaparecimento e desenvolvimento. Precisa tomar as rédeas e criar algo digno de registo, algo que faça com que as pessoas nos visitem, gostem e recomendem. Precisa tomar consciência de que está ao serviço dos Constantinenses e não os Constantinenses ao seu serviço.