O Natal.
A tradição do Natal, como em quase todo o mundo, vive-se em Constantim de maneira muito semelhante embora com as devidas diferenças regionais. Manda também a tradição que a mesa fique composta com as iguarias da noite de consoada.
Tradicionalmente, o Natal refere-se ao dia 25 de Dezembro, data em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo. No entanto nem sempre foi assim e existem evidências de que Jesus Cristo não nasceu em 25 de Dezembro como sempre nos foi contado.
Na antiguidade, o Natal comemorava-se em várias datas diferentes por não se saber a data de nascimento de Jesus Cristo sendo o dia 6 de Janeiro a data mais comum para essa celebração.
Crêem os estudiosos que as celebrações de Natal começaram pelo menos 7000 Anos antes de Cristo e celebrava-se no dia 25 de Dezembro o Solstício de Inverno, o que equivale a dizer o dia com a mais longa noite do ano, embora o Solstício ocorresse em 20 ou 21 de Dezembro dependendo do ano. A partir deste dia, o sol permaneceria no céu por mais tempo tornando os dias mais longos. Era o ponto de viragem das trevas para a luz e como tal celebrava-se o “renascimento do Sol” que propiciava a agricultura. Tratava-se de uma homenagem ao deus Mitra, deus da Luz figura muito respeitada no Império Romano.
Os primeiros Cristãos, não celebravam o nascimento de Cristo, pois os líderes religiosos, diziam que não fazia sentido celebrar o nascimento de um santo ou mártir, já que ele só se torna numa coisa ou outra depois de morrer.
Figura 280 – Nascimento simbólico de Jesus Cristo
No século IV, quando o imperador Constantino instituiu a religião Católica como a religião oficial para o império Romano e aproveitando as celebrações do dia 25 de Dezembro, alterou-se a figura homenageada deixando de se cultuar Mitra o “deus do Sol Invicto”, passando a cultuar-se Jesus como sendo a “Luz do Mundo que trazia salvação à humanidade”. Basicamente aconteceu apenas uma troca de identidade, herdando o Catolicismo tradições pré-cristãs.
A troca de presentes e as refeições faustosas que já ocorriam nestas celebrações pagãs foram adaptadas pelos Cristãos simbolizando a entrega de presentes pelos Reis Magos.
Crêem os historiadores que Jesus Cristo terá nascido entre o Ano VII e o Ano II A.C vindo a morrer entre o Ano 30 e 33 D.C.. Relativamente ao Ano de nascimento, nunca se virá a saber, mas no que se refere ao Mês, embora a Bíblia não se pronuncie, fornece no entanto duas pistas que contradizem o dia 25 de Dezembro.
1º-Pouco antes de Jesus nascer, Cesar Augusto decretou que todo o Império Romano se registasse tendo para isso de se apresentar na sua cidade, o que em alguns casos, significaria uma viagem de uma semana ou mais (Lucas 2:1-3). Se a decisão, com o intuito de arrecadar impostos ou recrutar soldados, já causaria contestação em qualquer época do ano, é muito pouco provável que César quisesse provocar os súbditos, obrigando-os a fazer longas viagens na época de inverno e sabemos que quando Jesus nasceu, Maria e José se dirigiam a Belém para se recensearem.
2º-Quando Jesus nasceu, sabemos que os pastores viviam ao ar livre, mantendo durante a noite vigílias sobre os seus rebanhos (Lucas 2:8). O livro Daily Life in the Time of Jesus (A Vida Diária na Época de Jesus), diz que os rebanhos permaneciam ao ar livre “da semana antes da Páscoa até meados de Novembro” e acrescenta que “os rebanhos passavam o Inverno em abrigos”.
Também no site http://solascriptura-tt.org/Diversos/NatalVeioDoPaganismo-Helio.htm, diz, referenciando (Lev 23:39-44; Nee 8:13-18), que Jesus Cristo nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde mais ou menos ao mês de Setembro ou Outubro do nosso calendário.
Outro cálculo baseado em (Lucas1:24-38), refere que Jesus Cristo foi concebido 6 meses depois de João Batista, sendo este concebido aproximadamente em Junho, significa que Jesus Cristo terá sido concebido cerca de Dezembro. Considerando os habituais 9 meses de gestação, conclui-se que Jesus terá nascido aproximadamente por volta de finais de Setembro ou princípios de Outubro.
De uma forma ou de outra, calcula-se que a comemoração do nascimento de Jesus Cristo na data de 25 de Dezembro, terá iniciado em Roma por volta do Ano de 350, ano em que o Papa Júlio I proclamou a data de 25 de Dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus e o Imperador Justiniano, em 529, declarou esse dia como feriado nacional.
Com o aumento de seguidores do Cristianismo, esta data foi-se generalizando cada vez mais e atualmente comemora-se o nascimento de Cristo a 25 de Dezembro em quase todo o mundo.
Muitas tradições populares hoje associadas ao Natal desenvolveram-se de forma independente da comemoração do nascimento de Jesus, mas ao longo dos séculos foram-se associando à época Natalícia. Também na Idade Média, quando os missionários espalhavam a fé Cristã, absorveram e difundiram os costumes de outros povos passando assim a fazer parte da tradição Natalícia.
O dia de Natal, passou assim de uma festa com celebrações Carnavalescas a um dia orientado para a família e centrado especialmente nas crianças sendo celebrado em todo o mundo, por Cristãos e não Cristãos.
A consoada.
Segundo alguns autores, a consoada provem da Saturnália, festa romana em honra do deus Saturno e que se iniciava a 17 de Dezembro, prolongando-se por 7 dias.
Durante estes festejos, visitavam-se amigos e ofereciam-se presentes. Enquanto duravam as festas, não havia senhores nem escravos e todos eram colocados em pé de igualdade. Não era permitido trabalhar, exceto padeiros e pasteleiros, e, tudo o que normalmente era proibido, passava a ser permitido, porque as autoridades e os tribunais não trabalhavam. Por estas razões há também quem defenda que as Satunálias foram os fundamentos do Carnaval atual.
Seja como for, a palavra consoada, deriva do latim “consolata”, que deriva do verbo “consolari” e significa consolar, reconfortar ou compensar. Também há quem lhe atribua o significado de refeição ligeira, à base de peixe.
Embora a troca de presentes seja prática ancestral descendendo das celebrações do Solstício de Inverno, era no entanto prática pagã. Com o passar dos séculos passou para os hábitos cristãos vinda principalmente de populações pagãs que posteriormente se foram convertendo ao Cristianismo, sendo depois aceites pela Igreja Católica.
Atualmente a consoada em Constantim representa o ponto alto na tradição do Natal, pois é nesta noite que todos os familiares se reúnem à mesma mesa, numa refeição aprimorada e em que muitos fazem grandes viagens apenas para estar presentes naquele dia especial. Sim porque essa refeição ganhou efetivamente um sentido particular. Há afetividade, alegria no encontro, satisfação pelos novos membros, tristeza pelos ausentes e saudade dos que partiram.
Figura 281 – Prato típico de Consoada.
A ementa da Ceia de Natal para a maioria dos Constantinenses, consta como é tradição, de bacalhau, batata e couve cozidos. Para esta refeição, escolhe-se o bacalhau mais alto, as batatas maiores e a melhor couve portuguesa que houver na horta, que em Constantim se chama “couve troncha”. Há também quem faça o bacalhau assado na brasa.
Com o passar dos anos, novas iguarias foram sendo introduzidas na ceia com o intuito de melhorar a rainha das refeições, passando a constar da ementa.
Figura 282 – A couve troncha.
É o caso do frango assado, polvo, raia, borrego e por certo outros produtos que variam de acordo com o gosto e hábitos das famílias. A complementar a refeição uma grande variedade de sobremesas aguardam o momento de adoçar a boca e “compor o estomago” dos convivas.
Da tradição em Constantim, constam obviamente as Rabanadas, a Aletria, os Pasteis de Bacalhau e os Fritos de Abóbora, melhor dizendo “as Fritas de Calondra”.
Figura 283 – Rabanadas.
Figura 284 – Aletria.
Figura 285 – Pasteis de Bacalhau.
Figura 286 – Fritas de Calondra.
Como em tudo, a influência de outras culturas e povos, adicionou à Ceia de Natal dos Constantinenses outras receitas, que à medida que os anos passam, vão tomando lugar nas mesas de Natal, outrora mais modestas.
Figura 287 – Bolo-rei.
Podem apontar-se como exemplos os Sonhos, Filhoses, Troncos de Natal, Bolo-rei, Pudins, Figos, Passas, Frutas Cristalizadas e uma infinidade de outras gulodices cujos aromas atraem o olhar, sendo difícil resistir-lhes.
A complementar o manjar, não pode faltar uma boa lareira cujo bem-estar físico se associa ao bem-estar psicológico, tornando perfeita a convivência dessa noite. A lareira aquece o corpo e o convívio aquece a alma.
Figura 288 – A Lareira.
Com o lento mas constante passar dos anos, a tradição vai sendo gradualmente modificada, sendo pois importante manter registos de como é, para num futuro mais alargado se saber como era. Da mesma forma podemos concluir que a tradição atual se encontra completamente alterada com a tradição de há 300 ou 400 anos atrás que por certo se fazia à luz da candeia ou de velas.
Num passado não muito distante, era tradição pouco antes da Meia-Noite proceder-se à distribuição dos presentes, para que à Meia-Noite se pudesse assistir à Missa do Galo.
Se aos fatores diversos que inviabilizaram a Missa do Galo à Meia-Noite, juntarmos os compromissos inadiáveis de alguns dos elementos da família, vemo-nos obrigados a alterar velhos hábitos e por isso a entrega de presentes, para a maioria dos Constantinenses, passou a ser feita pouco tempo depois da ceia.
Também a fogueira gigante ateada numa das ruas da aldeia, faz parte da tradição e quase não há morador que, após a Ceia ou após a Missa do Galo, não faça uma visita à fogueira, quer para dar dois dedos de conversa com as pessoas que lá se encontram, quer simplesmente para ver as enormes “murras” a arder.
A Missa do Galo.
O termo Missa do Galo só é utilizado nos países de língua oficial Portuguesa e Espanhola. Em todos os outros chama-se simplesmente Missa de Natal ou Missa da Meia-Noite.
Esta missa é celebrada à meia-noite de 24 para 25 de Dezembro tendo sido instituída no século V, pelo Papa Sisto III, após o Concílio de Éfeso (ano 431 D. C.), cujos temas de debate foram o Nestorianismo e o Pelagianismo.
As explicações a tentar justificar as origens do nome da Missa do Galo são várias, existindo por isso diversas lendas.
Dizem uns que o nome teve como origem o facto de na hora do nascimento de Jesus, um galo ter cantado de forma tão intensa e incomum como nunca houve memória, anunciando desta forma a vinda do Messias.
Outros justificam que terá sido o Papa Sisto III que nos anos de 400 instituiu a missa “ad galli cantus”, isto é, ”à hora que o galo canta”, referindo-se ao início do novo dia, o que acontece à Meia-noite.
Há também quem adiante a hipótese da origem do nome, remontar aos primórdios do cristianismo, quando os fieis se dirigiam a Belém em peregrinação, onde se encontravam para orar à hora do primeiro canto do galo.
Refere uma outra lenda que quando Jesus nasceu, além da vaca e do burro, também um galo se encontrava presente assistindo ao nascimento de Jesus, ficando para sempre, incumbido de anunciar a data ao mundo.
Existe ainda uma lenda de origem Espanhola, província de Toledo, que conta que antes de tocarem as doze badaladas de 24 para 25 de Dezembro, cada lavrador matava um galo em memória daquele que cantou três vezes após a negação de Pedro, na altura da condenação de Jesus à morte. As aves eram depois levadas para a igreja onde iriam ser oferecidas aos pobres como forma de lhes melhorar o Natal.
Uma outra tese acrescenta que em algumas aldeias Portuguesas e Espanholas, havia o costume de levar um galo para a igreja, para que este cantasse durante a missa, o que seria prenúncio de boas colheitas.
Nenhuma das quatro primeiras hipóteses avançadas a tentar justificar o nome de “Missa do Galo” parece ter qualquer lógica, pois caso contrário, também noutros países teria o mesmo nome, mas acontece que esse nome apenas se utiliza em Portugal e Espanha.
Com exceção da primeira lenda, todas referem a hora do canto do galo que como sabemos, canta ao amanhecer. Então pela relação direta das coisas, mesmo considerando as diferenças horárias, a missa deveria realizar-se pelo amanhecer de Belém. Mas ela é realizada em todo o mundo à meia-noite, apenas com as respectivas diferenças horárias. Logicamente, podemos considerar que estas lendas caem pelas bases.
A primeira lenda referida, a ter alguma ligação ao nome da Missa do Galo, sugere a hora do nascimento de Jesus como sendo às 0 horas do dia 25 de Dezembro. Mas apesar de perfeitamente possível, porque não assumiu o nome de Missa do Galo em todo o mundo Cristão? Porquê só em Portugal e Espanha?
As duas últimas lendas, poderão eventualmente ter originado o nome de Missa do Galo, pois além dos países de origem coincidirem com os que usam esse nome, ambas contêm pormenores históricos que ligam a celebração a momentos ocorridos no início do Cristianismo e ainda no período pré Cristão.
Uma liga o galo à noite da condenação de Jesus em que um galo cantou para indicar a Pedro que tal como lhe havia sido dito, negou Jesus. A outra, liga às celebrações do solstício de inverno, origem do Natal, com o canto do galo a ser prenúncio de boas colheitas.
Será no entanto desnecessário referir que, sem qualquer prova concreta, todas são possíveis e nenhuma é mais verdadeira que a outra.
A Árvore de Natal.
No Natal uma das tradições mais populares é a Árvore de Natal. Em muitas famílias, a altura da montagem da árvore é um momento de participação de toda a família. Árvores naturais ou artificiais, são depois enfeitadas com vários tipos de decorações e enfeites de acordo com a criatividade. Fitas multicores, laços, bolas, neve artificial, luzes intermitentes ou fixas e um sem número de outros artefactos, não podendo faltar uma estrela no topo da árvore.
Como nada surge ao acaso, também a árvore de natal deverá ter uma origem, existindo pelo menos duas lendas a justificar o uso da árvore de Natal.
Uma refere que os povos nórdicos pré-cristãos, durante as celebrações do solstício de Inverno, levavam para casa um pinheiro, decorando-o profusamente e em cuja decoração incluíam luz. A árvore verde, simbolizava a vida e a luz simbolizava o sol e o seu retorno depois do solstício.
Figura 289 – Uma Árvore de Natal.
A outra parece ter surgido na Alemanha, por volta do ano de 1500.
Conta-se que um dia Martinho Lutero, ao caminhar pela floresta, ficou impressionado pela beleza dos pinheiros cobertos de neve e com os reflexos da luz das estrelas que sobre eles incidiam.
Ao chegar a casa, tentou reproduzir numa árvore que levou, toda a beleza que vira na floresta para que os familiares pudessem admirar essa beleza. Para o efeito, utilizou algodão e outros enfeites e colocou velas acesas para representar o reflexo da luz das estrelas.
A partir desta altura multiplicou-se o número de pessoas que passaram a decorar árvores no Natal, tendo este hábito, com o passar dos séculos, sido levado para todo o mundo.
Acrescento que Martinho Lutero, protestante e fundador da religião Luterana, tinha como doutrina a salvação pela fé, doutrina essa que foi considerada desafiadora pelo clero católico, pois abordava temas que até aí, apenas eram do conhecimento do alto clero e dos Papas.
Embora nunca tivesse intenção de dividir os crentes católicos, as suas teses acabaram por o fazer. Traduziu a Bíblia para Alemão para que mais pessoas pudessem ter acesso ao livro que, em latim, era quase exclusividade do clero, facto que fez aumentar muito o número de seguidores protestantes.
Como as suas ideias eram contrárias às da Igreja Católica, foi excomungado.
Figura 290 – Outro tipo de Árvore de Natal.
A verdade é que esta tradição se enraizou em quase todo o mundo e todos os anos se vêem as árvores de natal a decorar todo o tipo de ambientes, interiores e exteriores.
Embora não existam datas definidas para montar e desmontar árvore de natal, normalmente é montada uma a duas semanas antes do Natal sendo depois desfeitas as decorações no dia de Reis.
Por norma também, em conjunto com a árvore de natal é montado o presépio, que, de maiores ou menores dimensões, ajuda a completar as decorações tradicionais do Natal em Constantim.
O Presépio.
Figura 291 – O presépio.
O nascimento de um menino chamado Jesus Cristo, não é significativo apenas para os cristãos de forma que esse momento particular adquiriu ao longo dos tempos, mas principalmente no mundo cristão, contornos inigualáveis. De todas as celebrações e simbologias da época natalícia, talvez a mais universal, a mais popular e a mais significativa seja a representação da Natividade: O presépio.
Ao sabor da sua imaginação, cada um tenta recriar o nascimento de Jesus Cristo reproduzindo das mais variadas formas o cenário em que tão importante figura terá vindo ao mundo.
A palavra presépio é de origem latina e significa “o local onde se recolhe o gado”.
Segundo consta, foi S. Francisco de Assis, no século XIII, em 1223, quem terá construído o primeiro presépio. Numa tentativa de explicar às pessoas mais modestas como tinha sido o nascimento de Cristo, montou numa gruta na floresta de Gréccio, um presépio sem figuras, mas para onde tinha levado uma vaca e um burro depois de mandar instalar uma manjedoura cheia de feno.
Depois desta original representação, outros presépios começaram a surgir, já com figuras instaladas. Primeiro em conventos Franciscanos, depois em igrejas e casas particulares, das mais nobres às mais humildes.
A ideia chegou a Portugal no século XV, sendo do século XVI os primeiros documentos que o referenciam. O maior impulso nesta tradição foi dado pelos monarcas D. João II, D. Manuel I, D. João III e D. João V, que contrataram artistas para a construção de presépios, facto que contribuiu para a generalização desta tradição por todo o país.
Entre os séculos XVII e XVIII, o presépio insere-se em definitivo na tradição Portuguesa e no século XVIII populariza-se em toda a Europa, espalhando-se depois para todo o mundo.
Atualmente constroem-se todo o tipo de presépios retratando não só a Natividade, mas todo o tipo de paisagens que contemplam desde montanhas e vales, rios e lagos, decorados depois com uma enorme variedade de figuras, que além da Sagrada Família, também uma vaca, um burro, os Reis Magos, ovelhas, pastores, anjos, galos, moinhos, bandas de música, lavadeiras, casas, etc.
Todo o ambiente é habitualmente moldado com musgo verde, de vários tipos, sendo o mais vulgar o esfagno, nome científico Sphagnum, que reúne cerca de 160 espécies. Ao musgo chama-se em Constantim, “Lodo”.
Figura 292 – Musgo usado nos presépios.
Na época natalícia os presépios surgem como decoração em todo o tipo de ambientes, desde a mais simples habitação, passando por áreas comerciais, igrejas, jardins e ruas. São construídos com diferentes estéticas e tamanhos, representando na sua maioria as três principais figuras, que poderão ter apenas alguns centímetros ou tamanhos superiores, podendo ir até ao tamanho natural. Em algumas localidades constroem-se presépios vivos, animados por pessoas que representam as principais figuras do presépio.
Localidades como Alenquer, constroem presépios cujas figuras atingem os vinte metros de altura e por isso se consideram a vila-presépio. Em S. Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira, o presépio entrou para o livro de Records do Guinness, como sendo o maior presépio animado de mundo.
Cada um à sua maneira, quando chega o Natal, quase ninguém esquece o presépio, quer construindo-o com as suas próprias mãos, quer adquirindo-o numa das muitas casas de comércio, onde se encontra sempre uma grande variedade de modelos pré-construídos.
O Pai-Natal.
No período pré-cristão, os povos Nórdicos designavam uma pessoa para efetuar a entrega de presentes nas celebrações do solstício de Inverno, à qual designavam Gnomo. Há pois quem aponte como sendo esta a origem do Pai-Natal.
No entanto os peritos afirmam que a figura do velhinho que leva alegria e presentes a todas as crianças, foi inspirada em S. Nicolau. S. Nicolau era um bispo Turco nascido no ano de 280 d.C. e que a igreja católica transformou em santo depois de várias pessoas terem relatado milagres atribuídos a ele.
A associação de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e depressa essa imagem passou para o mundo inteiro.
Inicialmente a cor da vestimenta do Pai-Natal era marron ou verde, mas em 1886 o cartoonista Thomas Nast criou uma nova imagem para o velhinho bondoso, utilizando as cores, vermelha e branca com o cinto a negro.
Em 1931, numa campanha publicitária da Coca-Cola foi mostrada a figura do Pai-Natal com estas mesmas cores. A campanha foi um sucesso e ajudou a difundir pelo mundo inteiro a nova imagem do Pai-natal.
Esta é a figura pala qual todas as crianças aguardam ansiosamente na noite de 24 de Dezembro, para que lhe traga os presentes que pediram ou desejam.
Embora na atualidade já quase nenhuma criança acredite ser o Pai-Natal a trazer-lhes os presentes, a verdade é que continua a ser uma figura carismática do Natal não passando indiferente a ninguém.
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