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  Carnaval.

O Carnaval, segundo se crê tem a sua origem há cerca de 4000 anos A.C. tendo por base as festas que no antigo Egipto eram dedicadas a Ísis. Estas manifestações estavam relacionadas com acontecimentos religiosos e rituais agrários comemorando a aproximação da época das colheitas. Há no entanto quem acredite que a sua origem nos chega do antigo império Romano, descendendo das festas dedicadas ao deus Pã e Baco, sendo estas festas apelidadas de Luperciais e Bacanais. Outros investigadores crêm que a origem desta tradição se iniciou na Grécia entre os anos 600 A.C a 520 A.C. e em cujas celebrações os gregos faziam rituais de agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Estas festas eram oferecidas a Dionísio e ganharam a designação de Dionísicas. Alguns autores não recuam tanto e apontam a origem do Carnaval para o festa dos doidos e dos inocentes da Idade Média. Cada uma por si ou contribuindo todas elas em conjunto acabou por surgir a tradição do Carnaval e as suas variantes regionais.

 

Mais tarde, gregos e romanos que  já nesta altura pintavam os rostos e utilizavam disfarces, introduziram nestas festas a bebida e as práticas sexuais o que as tornava inaceitáveis pela Igreja Católica. No entanto, a partir do ano 590 D.C. a Igreja aceitou esta comemoração excluindo todo o tipo de “atos impuros” tentando conter os excessos do povo

 

O Carnaval acontece sempre no 7º Domingo anterior à Páscoa que por depender do equinócio da Primavera, não é uma festa com data fixa fazendo portanto com que o Carnaval também seja uma data móvel.

 

O Carnaval é conhecido pelo menos desde 590 D.C. pelo nome de Entrudo, palavra que vem do latim e significa início, começo ou abertura da Quaresma. O povo festejava comendo e babendo para compensar o período de jujum ou abstinência que se lhe seguiria com a entrada da Quaresma, que como o nome indica, tem a duração de 40 dias.

 

Com o passar dos tempos esta festa tornou-se bruta e grosseira tendo o máximo da violência e falta de respeito acontecido em Portugal nos séc. XVII e XVIII, onde se cometia nas ruas todo o tipo de atrocidades.

 

Também em Constantim em épocas passadas, o Carnaval era bastante violento e a coberto dos disfarces, eram cometidos demasiados excessos contra as pessoas e contra a propriedade.

 

 

Figura 250 – Mascarados no Carnaval de Constantim.Foto de https://constantim.wordpress.com

 

As técnicas de disfarce eram sensívelmente as mesmas que hoje mas a atitude era outra. Ninguém podia ser apanhado na rua e mesmo dentro das casas não se estava completamente seguro. Na rua desde encontrões brutais, a pauladas e até a meter as pessoas (normalmente os mais novos) nos fontanários deixando a água a correr, o que com o frio da época, era violento.

 

Há alguns anos atrás logo que se começavam a ouvir as campaínhas dos mascarados o medo invadia as pessoas que de imediato recolhiam a casa, saindo apenas pelo anoitecer quando a brincadeira acalmava. Não era agradável nesse tempo, pois o que era suposto ser uma brincadeira de todos, passava apenas a ser de alguns.

 

 

Figura 251 – Aspecto do Carnaval de Constantim com pessoas de várias idades na rua.Foto de https://constantim.wordpress.com

 

Todos os mascarados tinham um objectivo, deitar farinha nas cabeças das raparigas e mulheres que conseguissem apanhar e não se limitando áquelas que fossem apanhadas na rua. Com escadas de madeira subiam às varandas e forçavam portas e janelas conseguindo às vezes entrar provocando danos materiais às vezes elevados.

 

Atualmente essa violência não existe e o convívio entre rapazes e raparigas sendo mais aberto, permite que todos brinquem na rua, com mais ou menos farinha e ninguém se importa. O momento é também aproveitado atualmente para a sátira social criticando pessoas ou entidades.

 

 

Figura 252 – A tradicional enfarinhadela no Carnaval de Constantim..Foto de https://constantim.wordpress.com

 

O povo costumava e costuma dizer:

 

- “É Carnaval, ninguém leva a mal”.

 

Hoje é assim, mas noutros tempos a espressão não correspondia à verdade, portanto ainda bem que as mentalidades evoluiram de forma a permitir que todos participem nas brincadeiras do Entrudo.

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