Jogo da Corda.
Também o jogo da corda era simples embora requeresse habilidade. Este jogo era praticado por rapazes e raparigas e consistia em saltar no momento em que a corda impelida em movimentos circulares por dois participantes, passava junto aos pés de quem se encontrava a jogar.
Perdia quem travasse o movimento da corda com qualquer parte do corpo e tomava então o lugar de um dos elementos que impulsionava a corda.
O jogo podia decorrer segundo diversos critérios. Podia-se entrar na corda por um lado e depois pelo outro. Saltar diversas vezes e depois sair. Jogar em equipa e o primeiro elemento dar 5 saltos tendo que ser o segundo elemento a dar o sexto salto até aos 10 continuando assim em múltiplos de 5. Entrar dando um salto e sair, entrando de novo para dar dois saltos e assim por diante, danda em cada entrada, mais um salto que na vez anterior. Podia entrar-se na corda, dar alguns saltos e depois chamar um outro elemento que tinha que entrar na corda antes de esta dar três voltas após a chamada e também podiam saltar todos os elementos da equipa ao mesmo tempo. Podia saltar-se acelerando os movimentos da corda obrigando a saltos mais rápidos, jogar com a corda mais esticada ou saltar alternando os pés de apoio, ora com o direito ora com o esquerdo.
Figura 367 – Saltar à Corda.
O jogo da corda oferecia ainda a variante da corda dupla, em que duas cordas eram movimentadas quase simultaneamente impulsionadas uma pela mão direita e outra pela mão esquerda causando movimentos rotativos inversos numa corda em relação à outra. Apesar do grau de dificuldade acrescido, havia principalmente raparigas que o faziam com tanto à-vontade que até parecia fácil. Mas na realidade não era bem assim. Necessitava efetivamente de muita perícia e de um grande auto controlo que a prática regular favorecia.
O jogo assegurava-se de manter e melhorar a boa forma física, ensinando ao mesmo tempo a importância do trabalho em equipa.
O jogo da corda podia também ser jogado por um único elemento impulsionando ele próprio a corda. Nesta modalidade, o máximo de jogadores possíveis eram 3 podendo esporadicamente ultrapassar este número, que teriam que estar em perfeita sintonia sem se tocarem ao saltar pois qualquer toque seria o suficiente para limitar o salto a um deles.
Figura 368 – Outra forma de Saltar à Corda.
Deste modo quando um elemento jogava sozinho, podia entrar na corda um segundo elemento que se entrasse pela frente do jogador, rodava em seguida ficando voltado para o mesmo lado evitando assim que os joelhos se tocassem no momento do salto. Por trás do primeiro jogador, podia entrar um terceiro elemento que embora pudesse saltar de qualquer forma, normalmente ficava voltado para o mesmo lado para melhor controlo da corda.
O jogo exigia perspicácia, destreza e boa forma e a participação contínua cimentava estes três requisitos havendo jogadores com um à-vontade tão grande, que faziam na corda tudo e mais alguma coisa com a mesma facilidade com que andavam pela rua.
Os jogos da “queimada”, da “macaca”, das "escondidas", da “cabra-cega” e as pistas para as tampinhas de garrafa eram apenas mais alguns dos jogos que a juventude jogava com frequência até quase finais do século XX. O aparecimento de brinquedos e jogos da nova geração, apagou de forma gradual mas rápida, os antigos jogos populares. O aparecimento da Internet acabou definitivamente com a prática das antigas formas de diversão, se bem que já se encontrassem em fase moribunda. Permite no entanto que as coisas fiquem registadas e que se tenha acesso à consulta de como se jogava noutros tempos em quase todas as regiões do globo.
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