CONSTANTIM NA AtualiDADE
Jogo do Pião.
O jogo do pião foi um dos jogos mais populares de sempre do século XIX e princípios do século XX e o fascínio por este objeto deve-se provavelmente à sua capacidade de efetuar longos movimentos de rotação quando é atirado.
Para se obter este movimento de rotação enrola-se um cordel em seu redor, começando pelo bico (também conhecido como ferrão) e de forma tão apertada quanto possível de modo a evitar folgas no cordel, ao qual se chamava “baraça”. Depois de apertada a baraça, o pião é atirado para a frente, por cima do ombro ou à altura da cintura, puxando a baraça em sentido contrário. O desenrolar da baraça transmite o movimento de rotação ao pião que começa a girar.
Figura 361 – O Pião com a baraça.
Quase não havia jovem ou criança que não andasse com um pião no bolso e o jogo do pião desenrolava-se quase em toda a parte. Nos intervalos da escola, nos dias de descanso, nas idas para o trabalho rural assim como em quase todos os momentos disponíveis.
As regras eram simples, como em qualquer outro jogo de cariz popular. Traçava-se um círculo, no interior do qual o primeiro jogador lançava o seu pião a girar. O segundo jogador depois de lançar o seu, guiava-o com a baraça contra o primeiro pião tentando colocá-lo fora do círculo, podendo tentar também tirá-lo do círculo no momento de lançar.
Se o segundo jogador, ao lançar o seu pião ou puxando-o com a baraça, colocar o primeiro fora do círculo e o seu pião ficar a girar na área do círculo, o pião que foi atirado para fora será colocado deitado no círculo para que todos os jogadores atirem o seu pião tentando atingir o pião que tinha sido colocado fora. Estes passos repetem-se para os vários jogadores.
Acontecia muitas vezes que o ferrão dos piões lançados era de tal maneira pontiagudo que quando acertavam chegavam a rachar o pião que saíra do círculo, deixando o seu proprietário no mínimo desalentado.
Além do jogo, havia também confrontos de habilidades, como jogá-lo e enquanto girava, fazia-se subir para a mão levantando-o com a baraça para que continuasse a girar na mão. Também se podia levantar diretamente com a mão ficando a girar na palma durante algum tempo ou atirá-lo para o ar e apanha-lo a girar sem cair no chão. Os mais habilidosos faziam ainda outros malabarismos que encantavam os restantes.
Com o propósito de rachar os piões adversários, os melhores lançadores faziam as suas próprias “zaroscas” em madeira, com ferrão pontiagudo feito com um prego e que muitas vezes eram o terror dos jogadores menos habilidosos.
É um tempo que deixa alguma nostalgia, mas o aparecimento de novas gerações de brinquedos empurraram o pião para o esquecimento.
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