CONSTANTIM NA AtualiDADE
O Escano
O Escano é um dos objetos que caiu em desuso, mas que pela sua funcionalidade marcava presença em quase todas as cozinhas de antigamente. Salvo raras exceções, as refeições eram feitas na cozinha, mais próximo da lareira e portanto num ambiente mais acolhedor.
O Escano pela sua conceção peculiar, servia pois ao mesmo tempo de banco e mesa para três ou quatro pessoas dependendo do tamanho do móvel.
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O banco era longo, possuía dois apoios de braços laterais e costas normalmente até à altura da cabeça. Nas traves onde são embutidas as costas do escano e se fixam os apoios de braços, possuía em cada lado uma vigota que suportavam duas ou mais tábuas que faziam o papel de meia mesa, mas com espaço suficiente para apoiar os pratos para a refeição.
Figura 358.1 – Exemplo de um Escano muito utilizado noutros tempos.
Esta estrutura era fixada por dobradiças às traves traseiras tornando-se basculante e era levantada fora das refeições e baixada na hora das refeições, servindo deste modo como mesa para pelo menos três ou quatro pessoas. A estrutura basculante, quando levantada era fixada por um gancho em forma de “L”.
Regra geral o apoio do tampo basculante era feito de duas formas, ou apoiando as travessas que suportavam as tábuas no apoio lateral dos braços, ou apoiando as próprias tábuas que constituíam a mesa e isso dependia do local de fixação das travessas do tampo basculante.
Havia escanos de variados formatos, com aspeto mais tosco ou mais elaborado, mas na maior parte dos casos eram de conceção simples, muitas vezes fabricados pelos próprios moradores e em que era utilizada quase sempre a madeira de castanheiro por ser uma madeira muito resistente e de grande durabilidade.
Tendo feito parte da vida das gentes de Constantim, não há um único exemplar deste legado a mostrar no futuro como foi o nosso passado.
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