top of page

  O Fotógrafo à la Minuta.

Quem não se lembra ainda da passagem por Constantim do fotógrafo que fazia fotos “à la Minuta”? Com mais frequência, podíamos vê-los em Vila Real junto das escolas e na Avenida Carvalho Araújo, mas também passou por Constantim. Tenho inclusivamente uma dessas fotos com três dos meus irmãos.

Os mais novos não se lembram com certeza e sendo uma profissão já quase desaparecida, poucas oportunidades restam para, pelo menos terem contacto visual com o seu equipamento.

 

Figura 316 – O Fotógrafo à la Minuta.

As inovações técnicas da fotografia que surgiram na segunda década do Século XX, permitiu que os fotógrafos saíssem à rua, dando assim um enorme contributo à divulgação e expansão da fotografia especialmente ao retrato.

 

Apesar de terem captado imensos momentos históricos, é atualmente uma profissão que saiu de moda e deixou de ser rentável graças à evolução das máquinas fotográficas que hoje se encontram até inseridas em qualquer dispositivo de uso diário.

No entanto noutros tempos, em jardins, nos lugares mais visitados por turistas, junto às praias ou em locais estratégicos de vilas e cidades, lá estavam eles com a sua máquina de fole à espera da oportunidade de fazer uma foto.

E quantos pedaços de história não retrataram? É graças a eles que podemos saber como era aquele edifício que já não existe ou o aspeto desta ou daquela rua em inícios do Século XX e como trajavam as pessoas da época.

O fotógrafo, carregando a sua caixa normalmente de madeira de fabrico artesanal, onde tinha montada uma câmara fotográfica e dois recipientes, um para o fixador e outro para o revelador, utilizava habitualmente como fundo um lençol branco ou um cenário pintado.

 

Depois de dirigir a pose disparava a máquina captando o momento. Através de duas mangas em pano preto introduzia as mãos na caixa e com mestria transformava as pessoas em imagens, mergulhando o negativo no revelador e no fixador. Depois de alguns minutos, só faltava lavar a fotografia e pronto o cliente tinha a sua fotografia nas mãos.

O facto da evolução tecnológica ter permitido que todos possam ter a sua máquina fotográfica, captando com melhor ou pior qualidade os momentos desejados, foi sem dúvida uma importante mais-valia, permitindo a era digital que se dispare quase continuamente até que as baterias se acabem. Mas no tempo dos fotógrafos “à la minuta”, quando a sua máquina disparava, eram mesmo momentos únicos. O seu desaparecimento deixa pois um rasto de nostalgia.

 

 

Figura 317 – Equipamento do Fotógrafo à la Minuta.

.

.

 

.

bottom of page