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  O Serrador.

Poucas são as profissões com a dureza da profissão de serrador. Depois das árvores cortadas, normalmente pinheiros de grande porte, à força de golpes de machada (embora noutros sítios lhe chamem machado), tinham que ser serradas em troços de determinadas medidas, para depois, desses troços, serem feitas tábuas próprias para a construção.

 

Para isso, era construído no local de abate das árvores, um cavalete de grandes dimensões, com a máxima segurança possível e sempre com altura superior a um homem. Com o cavalete pronto, inicia uma das tarefas mais árduas, levar as toras (assim se chamavam os troços de pinheiro de onde se farão as tábuas) para cima do cavalete.

 

Em Constantim o machado, apesar da mesma forma que a machada, tem normalmente um tamanho mais pequeno, tanto no cabo, como na lâmina.

 

 

Figura 311 – Exemplo de como trabalhavam os serradores.

Normalmente o troço de pinheiro era levantado de um lado colocando-o a pino, encostando-o ao cavalete. Depois levantava-se o outro lado e à força de braços, fazia-se deslizar pelo cavalete até ficar colocado na correta posição para ser serrado.

 

Eram necessários dois homens para serrar os pedaços, posicionando-se um dos serradores em cima do tronco e ficando o outro por baixo. A serra, de lâmina larga e grandes dentes orientados para os dois lados exteriores, tinha a forma de arco de circunferência no lado dos dentes embora o lado do corte, pudesse também ser direito. Em ambas as pontas um encaixe para um cabo de madeira que depois de colocado facilitava o segurar da serra para ser puxada. Iniciado o trabalho, cada serrador puxava a serra para o seu lado, com movimentos ritmados de vaivém, quase sempre sem parar até cada tábua ficar cortada.

 

As tábuas já cortadas eram depois colocadas ao alto e encostadas a qualquer coisa para secarem, evitando dessa forma que as tábuas empenassem permitindo a sua utilização tanto na construção civil como noutras situações.

 

Figura 312 – Serra para dois serradores.

 

As motoserras e serras circulares de bancada, que dispensam explicações, vieram substituir todo o trabalho de forma mais rápida, precisa e segura colocando definitivamente esta profissão nas prateleiras do esquecimento. Mas pelo esforço a que os serradores (sarrões) em tempos se sujeitaram, merecem bem que esta extinta profissão seja lembrada.

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